O
MAGO E SEU CONFLITO
Uma
história da natureza humana e seu dom de superá-los
Nas
revistas em quadrinhos da Marvel surgia, na década de 60, um novo personagem para para'
fazer a diferença'… e atuar junto aos super-heróis e seus desafios … trazendo ao mundo ficcional uma
abordagem de puro esoterismo…
Era
chamado de Dr. Estranho.
Mestre
das Artes Mágicas.
Num
dado momento o Dr. Estranho, já bem consagrado no meio das
aventuras, se sente profundamente inquieto com a partida de sua amada
para sua dimensão de origem…
Eles
estavam apaixonados…
Mas…
quando ela veio visitá-lo em sua dimensão na Terra… descobriu que
havia uma outra mulher que também gostava do Mago…
Ela
disse ao Mago que essa mulher tinha um amor por ele bem mais intenso
do que o dela… e assim decidiu partir…
O
Mago entristecido encerrou-se em sua torre…
Tristeza
que rapidamente se transformou em angustia…
Sentia
e ressentia a separação…
Que
por sua vez gerava a dor…
Talvez
por nunca mais vê-la…
Talvez
por uma perda do sentido da vida…
Também
sentia algo como pena de si mesmo…
Enfim…
tantos motivos para sofrer… e roer-se…
Numa
busca por algo que não sabia o que era…
Dias
e dias se passaram nessa inquietação interna… insolúvel...
Já
não se alimentava adequadamente…
Seu
humor se tornava denso… semblante fechado…
Mesmo
quando o seu fiel e sábio-prático criado Wong tentava dissuadi-lo mais ele se aferrava resoluto em sua reclusão…
A
angústia lhe espremia seu corpo … mente … alma…
A
opressão cada vez mais intensa…
A
dor se tornava em companhia…
Chegou
a tal ponto da irresolução que bradou em voz alta:
– prefiro morrer a continuar
sem ela!
Pois
foi nesse exato momento em que disse isso com tanta veemência, que
um duendezinho verde apareceu por sobre seu ombro esquerdo…
E
lhe disse sorridente… seja feita a vossa vontade!
E
assim … tocando com seu dedo indicador direito… no ombro do
Mago... o transportou para o reino da morte…
Lá…
o Mago confuso... via diante de si tudo que amava ou amou se
desfazer…
A
mulher que tanto amava e causa de seu tormento…
não
passava de um balão inflável...
que
o duende ao tirar o pino que prendia o ar… murchou e não tinha
mais consistência… não se sustentava, pois seu o 'ar' vinha de
fora…
Seu
castelo… era apenas um tipo de biombo …
um
tipo de cenário … que o duende verde desmontou …
e
agora não passava de uma pilha de madeiras sem sentido …
e
assim foi…
E
assim foi com tudo que havia conquistado e plasmado…
O
duende verde tudo dissolvia…
Tudo
era um pó...
Até
que ao final… '‘restou’'… o insolvente NADA…
Um
tipo de vazio … por onde a consciência do Mago pairava…
Esse
“Nada” acordou sua atenção…
Como
num chamado…
sua
consciência foi inflamada por um lampejo de lucidez…
o
suficiente para acordar sua vontade…
E
sem exitar disse:
–
recuso-me a acreditar que a
morte seja esse NADA!
Essa
recusa afirmativa e convicta foi o suficiente para tirar todo o seu
ser do transe em que estava metido…
Ao
retornar conscientemente para a torre…
Viu
que seu corpo estava enrolado por fios de força que o imobilizavam
completamente…
Havia
um '‘vilão’' que o prendia com essas cordas sutis…
O
vilão sorrindo por ter prendido o Mago… se vangloriava…
O
nome do vilão era DESESPERO…
E
disse ao Mago…
– agora ficarás preso
eternamente!!!
Ao
que o Mago respondeu:
– te enganas vilão… agora
que sei quem é meu adversário será fácil me libertar…
E
por ter identificado a natureza de seu conflito…
Com
um simples gesto de mãos… desfez sua prisão…
Seu
ser não mais se identificava com o desespero…
Que,
ao final, nasceu dentro dele mesmo a partir de uma crença que
alimentou…
Dedico
essa singela história aos meus filhos e amigos...
e
filhos dos amigos…
os
quais estão descobrindo a aventura da intrigante e intrincada
realidade…
E
dos dons que temos… e de que precisamos usá-los!
Ao
final…
“Descobrimos
que aquilo que existe no íntimo de nós mesmos é o que é mais
próximo dos outros” C.G.J.
Um
excelente Natal à todos!