O efêmero. Ora, um pássaro no vale
Cantou por um momento, outrora, mas
O vale escuta ainda envolto em paz
Para que a voz do pássaro não cale.
E uma fonte futura, hoje primária
No seio da montanha, irromperá
Fatal, da pedra ardente, e levará
À voz a melodia necessária.
O efêmero. E mais tarde, quando antigas
Se fizerem as flores, e as cantigas
A uma nova emoção morrerem, cedo
Quem conhecer o vale e seu segredo
Nem sequer pensará na fonte, a sós...
Porém o vale há de escutar a voz.
Vinícios de Moraes
Há vozes que deixam uma trilha...
ResponderExcluirMesmo quando se calam é possível escutá-las em brile.
May