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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O MAGO E SEU CONFLITO
Uma história da natureza humana e seu dom de superá-los


Nas revistas em quadrinhos da Marvel surgia, na década de 60, um novo personagem para para' fazer a diferença'…  e atuar junto aos super-heróis e seus desafios … trazendo ao mundo ficcional uma abordagem de puro esoterismo…

Era chamado de Dr. Estranho.
Mestre das Artes Mágicas.



Num dado momento o Dr. Estranho, já bem consagrado no meio das aventuras, se sente profundamente inquieto com a partida de sua amada para sua dimensão de origem…

Eles estavam apaixonados…

Mas… quando ela veio visitá-lo em sua dimensão na Terra… descobriu que havia uma outra mulher que também gostava do Mago…

Ela disse ao Mago que essa mulher tinha um amor por ele bem mais intenso do que o dela… e assim decidiu partir…

O Mago entristecido encerrou-se em sua torre…
Tristeza que rapidamente se transformou em angustia…

Sentia e ressentia a separação…
Que por sua vez gerava a dor…
Talvez por nunca mais vê-la…
Talvez por uma perda do sentido da vida…
Também sentia algo como pena de si mesmo…

Enfim… tantos motivos para sofrer… e roer-se…
Numa busca por algo que não sabia o que era…

Dias e dias se passaram nessa inquietação interna… insolúvel...

Já não se alimentava adequadamente…
Seu humor se tornava denso… semblante fechado…

Mesmo quando o seu fiel e sábio-prático criado Wong tentava dissuadi-lo mais ele se aferrava  resoluto em sua reclusão…

A angústia lhe espremia seu corpo … mente … alma…
A opressão cada vez mais intensa…

A dor se tornava em companhia…

Chegou a tal ponto da irresolução que bradou em voz alta:
– prefiro morrer a continuar sem ela!

Pois foi nesse exato momento em que disse isso com tanta veemência, que um duendezinho verde apareceu por sobre seu ombro esquerdo…
E lhe disse sorridente… seja feita a vossa vontade!

E assim … tocando com seu dedo indicador direito… no ombro do Mago... o transportou para o reino da morte…

Lá… o Mago confuso... via diante de si tudo que amava ou amou se desfazer…

A mulher que tanto amava e causa de seu tormento…
não passava de um balão inflável...
que o duende ao tirar o pino que prendia o ar… murchou e não tinha mais consistência… não se sustentava, pois seu o 'ar' vinha de fora…

Seu castelo… era apenas um tipo de biombo …
um tipo de cenário … que o duende verde desmontou …
e agora não passava de uma pilha de madeiras sem sentido …
e assim foi…

E assim foi com tudo que havia conquistado e plasmado…
O duende verde tudo dissolvia…
Tudo era um pó...

Até que ao final… '‘restou’'… o insolvente NADA…

Um tipo de vazio … por onde a consciência do Mago pairava…

Esse “Nada” acordou sua atenção…

Como num chamado…
sua consciência foi inflamada por um lampejo de lucidez…
o suficiente para acordar sua vontade…

E sem exitar disse:
– recuso-me a acreditar que a morte seja esse NADA!

Essa recusa afirmativa e convicta foi o suficiente para tirar todo o seu ser do transe em que estava metido…

Ao retornar conscientemente para a torre…
Viu que seu corpo estava enrolado por fios de força que o imobilizavam completamente…

Havia um '‘vilão’' que o prendia com essas cordas sutis…
O vilão sorrindo por ter prendido o Mago… se vangloriava…

O nome do vilão era DESESPERO…

E disse ao Mago…

– agora ficarás preso eternamente!!!

Ao que o Mago respondeu:

– te enganas vilão… agora que sei quem é meu adversário será fácil me libertar…

E por ter identificado a natureza de seu conflito…
Com um simples gesto de mãos… desfez sua prisão…

Seu ser não mais se identificava com o desespero…
Que, ao final, nasceu dentro dele mesmo a partir de uma crença que alimentou…



Dedico essa singela história aos meus filhos e amigos...
e filhos dos amigos…
os quais estão descobrindo a aventura da intrigante e intrincada realidade…
E dos dons que temos… e de que precisamos usá-los!

Ao final…

“Descobrimos que aquilo que existe no íntimo de nós mesmos é o que é mais próximo dos outros” C.G.J.

Um excelente Natal à todos!