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quarta-feira, 23 de novembro de 2011


Então eu disse:
- Grande Profeta fale-me do Amor.

E Ele ergueu a cabeça
Olhou nos meus olhos
Olhou para o céu mergulhado no silencio de si mesmo
E falou com voz plena e profunda:
- quando o Amor te chamar, segue-o!
Embora seus caminhos sejam árduos e desafiantes;

E quando ele te envolver com suas asas: ceda.
Embora a espada oculta em sua plumagem possa ferir.

E quando ele falar
 Acredite!
Embora sua voz possa despedaçar seus sonhos com o vento num vasto jardim.

Pois da mesma forma que o amor te coroa
Ele te sacrificará
Da mesma forma que ele te faz crescer ele cega
E da mesma forma que ele sobe a sua altura
E acaricia seus mais delicados ramos que se embalam ao sol
Ele desce até as raízes
E a sacode no seu apego a terra.

Como feixes de trigo
O amor une-nos ao coração.

Ele nos peneira
Para libertar-nos das impurezas
E nos pôr nu

Ele nos mói até a extrema brancura
Ele nos amassa para nos tornar maleáveis.

Então ele nos entrega ao seu fogo sagrado
Para que nos tornemos pão sagrado
Na sagrada festa divina.

Todas essas coisas o amor fará contigo
Para que conheças os segredos do teu próprio coração
E com esse conhecimento
Te torneis um fragmento do coração da vida.

Mas se o medo te faz buscar
Somente a paz do amor e o gozo do amor
Então melhor seria ocultar tua nudez

E abandonar o caminho do amor

Para um mundo sem sentido

Onde rireis

Mas não com todo o vosso riso

E chorareis

Mas não com todas as tuas lágrimas.

O amor nada dá senão de si próprio
E nada tira senão de si mesmo.
O amor não possui
E nem é possuído
O amor se basta no próprio amor.

Quando você ama e diz
“Deus está no meu coração”
compreenda
e diga também
 “eu estou no coração de Deus”

E não imagine que possa dirigir o curso do amor
Pois o amor se te achar digno
Determinará
Ele mesmo
O seu próprio curso.

O amor não tem desejos senão o da própria realização.
No entanto se você amar e tiver desejos
Que sejam estes os teus desejos:
De fluir no amor
E ser como um riacho que canta sua melodia para a noite
Para conhecer a dor de tanta ternura
E ser ferido pela tua própria compreensão do amor
E sangrar com vontade e alegremente.

Acordar com o coração aberto e agradecido
Pelo novo dia do amor.
Despertar de madrugada
Com um coração alado e dar graças
Por mais um dia de amor

Regressar a casa à noite com gratidão

E de adormecer com uma prece
Para os amados do teu coração
E nos lábios um cântico de bem-aventurança.

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